Por que as empresas que entenderem a diferença entre idade e repertório vão sair na frente?
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1 de abr. de 2025
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por
Paulo Escrivano
Quando falamos sobre Baby Boomers, Geração X, Millennials e Gen Z no trabalho, o erro mais comum é tratar tudo isso como uma linha do tempo previsível. Mas o que separa essas gerações não é só o ano de nascimento — são os códigos de mundo que cada uma precisou decifrar para sobreviver.

Os Boomers construíram as bases. Acreditam em estabilidade, lealdade e legado. A Geração X — com quem vivi grande parte da minha trajetória — aprendeu a vencer pela força, sob a lógica do “se vira”. É estratégica, mas ainda guarda traços de rigidez. Os Millennials chegaram sensíveis, curiosos, questionadores. Trouxeram as pautas da saúde mental, inclusão e propósito. E estão agora assumindo cargos de liderança com o desafio de entregar tudo isso na prática. Já a Geração Z não quer só pertencer — quer transformar. Chega com uma intolerância aguda ao que não faz sentido, e não tem medo de dizer.
Mas a grande virada acontece quando deixamos de olhar para “gente por geração” e passamos a olhar para gente por contexto.
A mesma Geração X do Brasil, moldada pela escassez e hiperinflação, é diferente da que encontrei em Bangkok, onde a coletividade, a harmonia e a hierarquia moldam as relações. E bem distante daquela da Dinamarca, que cresceu sob um Estado de bem-estar, com alta confiança social e senso de equilíbrio desde cedo.
Ou seja: não basta olhar para o comportamento — é preciso curar o contexto.
E por que isso importa para os negócios? Porque uma empresa que não entende suas pessoas (por dentro e por fora) não vai entender seu mercado.
É por isso que empresas como Natura e Grupo Boticário têm investido em estratégias intergeracionais, escutando tanto os conselheiros quanto os estagiários. E é por isso que vejo o modelo biopsicossocial como o caminho para o futuro.
Esse modelo — que integra fatores biológicos, psicológicos e sociais — nos ajuda a ver o profissional (e o consumidor) como um corpo inteiro. Não dá mais pra segmentar só por cargo ou faixa etária. O colaborador quer ser visto em sua totalidade. O consumidor, também.
Empresas que quiserem liderar com relevância precisarão sair do “one size fits all” e entrar no tailor-made de verdade: mais escuta, mais cruzamento de saberes, mais diversidade geracional nas mesas de decisão.
Porque o futuro não será de uma geração.
Será da intergeracionalidade com inteligência cultural — e sensibilidade biopsicossocial.
Vamos pensar o futuro juntos?
Não dito caminhos, mas revelo possibilidades, construindo pontes que conectam marcas ao futuro.
Todos os direitos reservados ® Paulo Escrivano
2025


